A terapia alvo é a base da medicina de precisão. É um tipo de tratamento contra o câncer que, como o próprio nome diz, tem como alvo as proteínas que controlam como as células tumorais crescem, se multiplicam e se espalham. À medida que os pesquisadores aprendem mais sobre as alterações do DNA e proteínas que impulsionam o câncer, mais promissores se tornam os tratamentos que têm como alvo essas proteínas.
Os inibidores de tirosina quinase (TKIs) são um tipo de terapia alvo. Os TKIs vem na forma de comprimidos e são administrados por via oral. Uma terapia direcionada identifica e ataca tipos específicos de células cancerosas, causando menos danos às células normais. Frequentemente veremos nomes como inibidor EGFR, RAS, RAF, MEK, ERK. Particularmente esses marcadores citados fazem parte de uma via chamada de MAP KINASE, onde se apresentam muitos dos alvos dos tratamentos disponíveis. Frequentemente essa classe de medicação apresenta o sufixo "-inib" (crizotinib, alectinib, pazopanib, etc...).
Existem outros tipos de terapia alvo, tais como inibidores do fator de crescimento dos vasos sanguíneos, como bevacizumab e ramucirumab, chamados de anticorpos monoclonais. O sufixo “-mab” indica que é um remédio dessa classe e representa, em inglês, "Monoclonal AntiBody". Frequentemente vemos a antepenúltima sigla como “zu”, significando que o anticorpo é “humanizado” (trastuzumab, pembrolizumab).
Também conhecidos como anticorpos terapêuticos, são proteínas produzidas em laboratório. Essas proteínas são projetadas para se ligar a alvos específicos encontrados nas células tumorais. Alguns anticorpos monoclonais marcam as células do tumor para que sejam identificadas e destruídas pelo sistema imunológico. Outros anticorpos monoclonais impedem diretamente o crescimento das células tumorais ou fazem com que elas se autodestruam. Outros ainda carregam toxinas para as células tumorais.
Um anticorpo monoclonal ( mAb ou moAb ) é um anticorpo feito pela clonagem de um único glóbulo branco. Todos os anticorpos subsequentes derivados desta forma remontam a uma única célula parental.
Os anticorpos monoclonais geralemente tem afinidade monovalente, ligando-se apenas ao mesmo epítopo (a parte de um antígeno que é reconhecida pelo anticorpo). Em contraste, os anticorpos policlonais se ligam a múltiplos epítopos e geralmente são produzidos por linhagens de células plasmáticas secretoras de anticorpos.
Dividem-se em:
Monoclonal clássico: o anticorpo tem um alvo certo e induz uma reação das defesas para destruir células tumorais e deter seu avanço;
Imunoterapia: abordado abaixo em imunoterápicos;
Conjugado anticorpo-droga: é um anticorpo que carrega doses de quimioterápicos ou radiofármacos.
Não. Existem, sim, algumas drogas com amplas indicações, porém como o próprio nome diz, é necessário que exista o alvo de tratamento para que a medicação funcione. Esse alvo, é pesquisado através de testes genéticos e moleculares que são solicitados pelo seu médico, conforme indicação para cada tipo tumoral e período de tratamento.
Pode ser necessário fazer uma biópsia para teste de biomarcador. A biópsia é um procedimento no qual se remove um pedaço do tumor para teste. Existem alguns riscos em fazer uma biópsia, mas em geral, as informações obtidas com ela superam em muito esses malefícios, visto o tratamento ser melhor direcionado.
A terapia direcionada pode causar alguns efeitos colaterais, que dependem do tipo de terapia que você recebe e de como seu corpo reage a esse tratamento.
Os efeitos colaterais mais comuns da terapia alvo incluem diarreia e problemas hepáticos. Outros efeitos colaterais podem incluir problemas de coagulação do sangue e cicatrização de feridas, hipertensão, fadiga / cansaço, feridas na boca, alterações nas unhas, perda da cor do cabelo e problemas de pele. Os problemas de pele podem incluir erupções cutâneas (tipo acne ou lesões ulceradas) ou pele seca. Existem medicamentos para muitos desses efeitos colaterais, sendo que a maioria deles desaparecem após o término ou suspensão do tratamento.