Entende-se por câncer, ou tumores malignos, o grupo de células anormais que adquirem vantagem competitiva sobre as demais, aumentando a sua capacidade de replicação e adquirindo características como a capacidade de manipular o seu ambiente (garantindo recursos para si) e imortalidade, esta obtida através de fuga de fatores de regulação do organismo.
Essas alterações se dão a nível molecular e genético, e são de causa multifatorial. Dentre essas causas pode-se citar erros de replicação celular (alguns causados por oncogenes transmitidos geneticamente ou por doenças virais capazes de induzir dano celular) e a exposição a fatores ambientais, tais como cigarro, produtos químicos ou radiação ionizante (BLACKADAR, 2016). Hanahan e Weinberg (2000) propuseram (HANAHAN; WEINBERG, 2000), seis “hallmarks” (marcas registradas) do câncer, atualizando em 2011 (HANAHAN; WEINBERG, 2011) mais quatro dessas características presentes na doença. Entre elas, pode-se destacar:
1) sustentação do sinal de proliferação;
2) evasão dos fatores de supressão de crescimento;
3) escape do sistema imune;
4) imortalidade replicativa;
5) promoção de inflamação;
6) ativação de invasão e metástases;
7) indução de angiogênese;
8) mutações e instabilidade genômicas;
9) resistência a morte celular;
10) desregulação energética celular.
Atualmente a Oncologia consegue ofertar medicações que usam uma ou mais de uma dessas características do tumor como base para o efeito antineoplásico, levando em conta características moleculares e genéticas. A escolha para o melhor tratamento depende de avaliações como acesso, sequenciamento das drogas, performance status do paciente e objetivo do tratamento, além de preferências e aspectos pessoais do paciente.