Câncer de intestino
Um dos 4 mais prevalentes em nossa população.
Por vezes pode ser influenciado por hereditariedade, principalmente em famílias com síndromes como Lynch e Polipose Adenomatosa Familiar.
Há estudos sobre influência alimentar, o que faz sentido visto sua localização. Recomenda-se dieta rica em frutas, vegetais e alimentos que contenham fibras; reduzindo-se consumo de carnes vermelhas, embutidos e alimentos processados.
Antigamente mais frequente em idosos, porém agora vemos uma transformação no perfil epidemiológico da neoplasia, sendo crescente a incidência na população abaixo dos 50 anos.
Nem sempre com sintomas típicos, porém podemos destacar alterações no hábito intestinal, tanto para diarréia como para constipação como uma das principais manifestações. Por vezes sangramentos (as vezes insensíveis diagnosticados através de uma anemia) ou perda de muco em fezes pode ser sintoma de uma neoplasia em intestino. Oclusões ou suboclusões podem ocorrer em tumores mais avançados.
A colonoscopia é um dos principais exames diagnósticos, estando indicada inclusive para rastreio. Diversas séries mostraram redução não apenas na incidência (pela detecção e tratamento de precoce de lesões ainda em fase pre-malignas), mas como redução de até 50% na mortalidade por câncer de intestino a longo prazo!
Indicado no Brasil para população geral a partir dos 50 anos, sendo antecipado em diretrizes internacionais para 45 anos, visto a mudança no perfil epidemiológico da doença. Em caso de familiares de primeiro grau com a doença, orienta-se antecipação em 10 anos o início do rastreio.
Colono-tomografia, pesquisa de sangue oculto nas fezes e até mesmo pesquisa de DNA tumoral em fezes podem substituir a colonoscopia em rastreios, porém, apresentam restrições, não permitindo ou o diagnóstico ou o tratamento de lesões pre-malignas no mesmo exame.
Frente a uma colonoscopia normal (bom preparo e nenhuma evidência de qualquer tipo de lesões), acredita-se que o prazo de 10 anos para o próximo rastreio seja seguro.
Determinados grupos populacionais, tais como portadores da Doença de Crohn e colite ulcerativa, devem seguir outras estratégias de rastreamento, a serem discutidas com o médico assistente.
Então, porque fazer colonoscopia acima dos 45, se é um exame tão ruim?
Pela frequência do câncer de colón nessa idade. Pela prevenção e tratamentos disponíveis que podem fazer com que o seu risco de óbito por essa doença reduza em 50%. Pelo longo tempo entre o novo exame, caso normal.
Decida se vale a pena.